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Lorpa

Lorpa

Sobre as expressões idiomáticas

speak

 

Ela fartou-se de engolir sapos. A dor de corno foi apenas a gota d'água. Perdeu as estribeiras e gritou-lhe a plenos pulmões.

Ele disse-lhe que ela estava a trocar alhos por bogalhos, que estava a fazer uma tempestade num copo d'água.

"És um porco", concluiu zangada.

Ele julgava-a um pãozinho sem sal e ficou às aranhas. Tinha andado na má vida. Tudo o que dissesse seria arranjar mais lenha para se queimar. Mas tinha outra carta na manga, armou-se em carapau de corrida e fez beicinho. Chorou lágrimas de crocodilo. Ela ficou com a cabeça em água e perdeu o pio.

Ele, julgando não estar a pôr a carroça à frente dos bois, pediu a mão dela ao pai. O homem ficou com cara de caso, ali havia gato. Mas ele enfiou-lhe o barrete, fez-lhe o ninho atrás da orelha.

Ela ficou de pé atrás, amava o pai. Fez das tripas coração e desculpou o rapaz, que tinha memória curta.

Não tardou a apanhá-lo com a boca na botija. Desta vez ia chegar-lhe com a mostarda ao nariz. Deu um passo de gigante, pegou o touro pelos cornos e deu conta do recado. O rapaz foi desta para melhor, o casamento por água abaixo.

Juntou-se o útil ao agradável. Foi bem feita para ele, que tinha o rei na barriga.

Ela finalmente levantou a cabeça e partiu para outra. Estava nas nuvens.

 

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Depois de ouvir um "isto são muitos anos a virar frangos, camarada!", comecei a matutar expressões semelhantes e lembrei-me de escrever algo sobre elas. Saiu uma mini história sem pés nem cabeça.

Caramba, como a nossa língua está minada com expressões idiomáticas!

Bom fim de semana minha gente 

 

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