A expressão "regresso a conta-gotas" não pode ser aplicada aqui. O meu conta-gotas tem trabalhado com água calcária e está por isso algo entupido. Desculpas, óbvio!
Este breve post explica como o "novo" blogue está a ser organizado e o que vai chegar em breve aqui ao meu cubículo cibernauta.
Sem mais demoras, apresento-vos a barra no topo da página:
Textos - A secção mais semelhante áquilo que o blogue sempre foi. Aqui encontram-se os textos, sejam eles reflexões e opiniões, textos originais de escrita criativa, partilhas de outros textos, etc. Nesta temporada, o foco será mais contemporâneo e na situação presente de Portugal.
Média - Esta nova repartição engloba a área multimédia, que ocupa cada vez mais os nossos dias. Aqui convive-se num mundo digital com fotografias e vídeos, sem nunca descurar as melodias.
Garagem - O "compartimento" que mais me entusiasma nesta nova etapa do blogue. Neste espaço irá promover-se a partilha comercial entre todos os visitantes. Ainda estou a estudar a melhor forma de apresentar esta secção, e talvez um blogue não seja a melhor maneira, contudo, anuncio desde já o dia do lançamento da Garagem: 25 de Abril.
E pronto meus amigos, para já é isto. Continuação de boa semana!
P.S.: ah!, já quase me esquecia, vamos lá parar com isto da chuva e do frio causarem gripes. Os vírus não param de usar os elementos de inverno como bodes expiatórios e ninguém faz nada.
Sonhei um céu de nuvens penduradas. Nuvens em forma de morte, violentas. Nuvens sem forma nenhuma. Infinitamente dominantes num tempo não medido: eterno.
Temi que caíssem sobre mim a qualquer momento. Não estava preparado para ser apanhado por nuvens de morte. E fugi. Fugi como não recordo ter feito antes. Corri tanto que as lágrimas fizeram o mesmo em mim e correram também. Surgiram pela velocidade que tomava e, mais, pelo medo de nuvens tão disformes. Não ter forma é atemorizante.
Uma falta de forma que todos conheceram, conhecem, ou irão conhecer. E ninguém nos conta como é. Forma própria de cada um, singular. Tão única que se torna impossível.
Tive mais medo outra vez. Muito. Mais lágrimas: uma asfixia de soluços atrapalhava-me a fuga. E cá fora, do sono, o corpo buscava o ar que faltava em sonhos. Uma lágrima pacífica ligava o olho esquerdo ao ouvido.
No mundo das nuvens, corria e pensava naquele sufoco. E a certa altura, soube que iria tropeçar e cair como acontece nos filmes que vejo. Colhido sem escrúpulos.
Mas o sonho aprendeu com a vida e mostrou outro caminho. Foi a chuva que me parou. Chuva suave e miudinha a cair-me na pele dos braços, na cara, nos olhos. Não havia mais lágrimas, apenas chuva. E esse reflexo nos olhos a roubar-lhe o choro. A tratar do medo.
Estendi a língua, abri os braços e os olhos estavam tão abertos que se me abriram fora do sonho também. Não havia mais nuvens. Estava escuro e a boca sabia-me a descoberta. Sem fantasmas, puxei do caderno.
Escrevi: ter medo de morrer é igual a ter medo que amanhã chova, depois da meteorologia anunciar chuva para amanhã.
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